Banca Pioneira: desde 1927 fazendo história na família Caruso

30/10/2015
Banca Pioneira: desde 1927 fazendo história na família Caruso

 

A Dinap entrevistou Giulio Caruso (38), herdeiro da Banca Pioneira, que completou 88 anos na atividade. Giulio honra a reputação de seus antecessores como poucos e representa a terceira geração de jornaleiros na banca. Sucessor de uma família tradicional na cidade de Juiz de Fora, Giulio conduz sua banca há 30 anos com vendas muito representativas, aliado a diversas iniciativas empreendedoras, muita dedicação e paixão pela profissão.

Em um ponto marcante da entrevista, Giulio afirma que, apesar de considerar a internet sua principal concorrente, pois inibe vendas de publicações devido ao acesso facilitado de informações, ele também usa a própria internet como aliada nas vendas, utilizando o Facebook para divulgar lançamentos e promoções, além de grupos no WhatsApp, segmentados por perfis, coletando pedidos e reservando produtos. Giulio vai ainda mais longe quanto às suas intenções com a internet e enxerga um nicho de mercado com grande potencial a ser explorado, no qual pretende se infiltrar em 2016: “Quero utilizar a internet como minha aliada de divulgação e um canal de pedidos de encomendas para entrega em domicílio. Uma cidade de 600 mil habitantes tem potencial para comportar esse segmento”.

Giulio também chama a atenção para os maiores desafios da Dinap e dos jornaleiros para o futuro das publicações: “Nossa grande dificuldade é disseminar a cultura da leitura na população. Contamos com a ajuda dos grandes editores na publicação de capas cada vez mais atrativas, com conteúdo de qualidade e informações confiáveis. Isso é o que chama o cliente para dentro da banca e é o nosso diferencial em relação à internet”.

Confira a entrevista completa, uma história de vida inspiradora e bem sucedida da família Caruso. Siga o perfil da Banca Pioneira no endereço https://www.facebook.com/Banca-De-Jornal-A-PIONEIRAdesde-1927-na-paisagem-de-Juiz-De-Fora-497029983689860/.

Como tudo começou, 88 anos atrás?
Na época do pós-Segunda Guerra Mundial, muitos imigrantes vieram ao Brasil para que seus países pudessem ser reconstruídos. Francesco Caruso, meu avô e fundador dessa banca, veio ao Brasil de navio representando a cidade de Paula, localizada na região sul da Itália. Francesco foi trazido por Enrico Caruso, primo de meu avô e líder do movimento de imigração dos italianos para Juiz de Fora.

Como Enrico já tinha negócios no segmento de publicações, meu avô começou a trabalhar no ramo ajudando no Zapa, PDV famoso na cidade. Naquela época a demanda de trabalho era muito maior, publicavam até seis edições no mesmo dia e vendiam-se muitos jornais, pois não havia muitos meios de comunicação. Com o passar do tempo o PDV ficou sobrecarregado e meu avô aproveitou para abrir um “Ponta de Lança” do Zapa aqui no parque Alfred, local onde a banca permanece até hoje. Estou há 30 anos já na banca, mas ela existe desde 1927.

Quais são as dificuldades e aprendizados dos 30 anos como jornaleiro e como lida com elas?
A profissão teve que ir se reinventando com o passar do tempo. Surgiram diversos concorrentes, muitos pontos alternativos e a própria internet, que dificultaram nosso negócio. Com a queda das vendas de publicações, tivemos que apelar para outros segmentos como recarga de celular, bebidas, produtos de primeiros socorros, material de escritório e pilhas. Apesar de vender muitas revistas ainda, as vendas de jornais caíram bastante devido à popularização da internet e ao acesso facilitado das informações. Nossa grande dificuldade é disseminar a cultura da leitura na população. Contamos com a ajuda dos grandes editores na publicação de capas cada vez mais atrativas, um conteúdo de qualidade e informações confiáveis. Isso é o que chama o cliente para dentro da banca e é o nosso diferencial em relação à internet. O cliente tem que olhar para a publicação e sentir um “amor à primeira vista”.

Como lida com as redes sociais? Tem Facebook ou algum outro canal de comunicação?
A gente aproveita os posts dos lançamentos divulgados no “Últimas Novidades”, que são excelentes por sinal, e compartilha na página da banca, forte canal de divulgação para meus clientes. Eles ficam sabendo das novidades pelo Facebook e reservam pedidos de produtos pelo WhatsApp. Tenho diversos grupos de contatos agrupados por segmento de interesse. Inclusive estou pensando em fazer entregas em domicílio em 2016. Acredito que é um nicho de mercado a ser explorado, pois muitas vezes as pessoas não querem sair de casa e tampouco se prender a uma assinatura. Quero utilizar a internet como minha aliada de divulgação e um canal de pedidos de encomendas para entrega em domicílio. Uma cidade de 600 mil habitantes tem potencial para comportar esse segmento.

Quais são as suas expectativas em relação à profissão de jornaleiro?
Sinceramente não sei se a profissão dura mais de 10 anos. Sofremos uma queda de reparte muito grande e tenho medo de que os patrocinadores parem de investir em propaganda nas publicações. Já cansei de ver revistas e jornais se extinguirem, como o Jornal do Brasil e a revista Capricho, por exemplo. Sei que as bancas não vão acabar porque surgem outras coisas para vender no lugar, mas acredito que as publicações têm um curto tempo de vida pela frente. Atualmente as pessoas leem informações de fontes desconhecidas no Facebook e acreditam que já sabem de tudo, mas sabemos que não é bem assim. Eu leio quase todos os jornais todos os dias para me enriquecer de informações e acredito que essa prática deveria ser mais disseminada nas escolas, porque no futuro teremos crianças digitalizadas e burras, o que vai gerar um problema muito sério para a sociedade.

Diante dessa crise econômica, qual é a sua motivação diária para seguir no ramo?
É o amor muito grande que tenho pela profissão. Meu pai tinha uma distribuidora e mais as cinco principais bancas da cidade. Já entregamos assinaturas, entreguei jornal debaixo do braço, de bicicleta, distribuí para os demais jornaleiros, ou seja, da profissão de jornaleiro eu já fiz de tudo. Nesses 30 anos de profissão, tem uma paixão inexplicável que me move e, logicamente, o retorno financeiro é muito bom e também contribui bastante.




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