O jornaleiro ciclista

28/05/2013
O jornaleiro ciclista


                                    

Nada de lata. Jornaleiro há 42 anos, Antonio Francisco Neto, de Marília (SP), tem um jeito diferente de trabalhar. Ao invés de um ponto fixo, Chico, como é carinhosamente chamado pelos clientes, roda a cidade diariamente a bordo de uma de suas três bicicletas, todas com nome de mulher: Jurema, Luana e Madalena. E é assim que, desde sempre, ele entrega revistas. “Quando cheguei a Marília passei na banca da cidade e perguntei se precisavam de alguém para fazer as entregas e me deram alguns exemplares para vender. À medida que eles saíam, me davam mais”. Quando fez clientela na cidade, achou que estaria preparado para ter sua própria cota. Mas decidiu não abandonar a bicicleta: ”É mais fácil e mais barato de se locomover. Além disso, é mais saudável”, explica Chico.

Amigos clientes

De cabeça, guarda o nome dos clientes, que prefere chamar de amigos, e as revistas que gostam de ler. Sua rotina diária inclui passar algumas vezes na distribuidora para repor o “estoque”, que armazena em duas bolsas presas à bike. “Levo uma quantidade de publicações que não me atrapalha pedalar e faço reposições ao longo do dia”, explica o jornaleiro, que conta com o apoio da distribuidora de Marília, onde dispõe de um espaço especial para guardar seu reparte, fazer o controle de contas e estacionar as bicicletas e uma mobilete, que usa apenas para entregas em bairros mais afastados.

“O Toninho  - como também é chamado - tem uma rotina rígida de entregas em função das distâncias percorridas. Por isso, quando precisa, damos apoio e atenção imediatos. Ele tem acesso à lista de publicações das próximas frequências e pode anotar os itens e as quantidades de seu interesse”, diz Nelson Cezar Filho, da distribuidora de Marília. “É um privilégio trabalhar com uma pessoa com tanta disposição e honestidade. A cada dia vemos o esforço e a dedicação do Toninho”, reconhece. 



Família

Casado há 37 anos com Lucia Luzia de Melo Francisco, Chico tem na esposa uma grande companheira, que o incentiva na profissão e dá uma mãozinha nos momentos de aperto. Certa vez, o jornaleiro contraiu caxumba e foi ela quem, com a mesma dedicação do marido, saiu para entregar as revistas. “Quando chove, faço questão de sair com o carro e dar uma carona para ele”, conta Lucia.

Seu comprometimento com as entregas e a facilidade com que se comunica, agindo sempre de forma simples e espontânea, conquistaram clientes, amigos e reconhecimento na cidade. É recebido por diretores das grandes empresas de Marília e atende salões de beleza, dentistas, médicos, supermercados, comércio, bancos, feira livre e o Fórum da cidade. Uma grande lição de criatividade, empreendedorismo e amor ao trabalho.

*Matéria reproduzida da Revista do Jornaleiro - Maio/2012




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