Bate bola na DGB

16/05/2013
Bate bola na DGB

Corte, bloqueio, defesa, agilidade... O mundo do voleibol chegou na DGB de um jeito diferente e muito especial! Nascida com uma deficiência na mão direita, Lanny Stulp Keppk, colaboradora da área de Treinamentos da DGB, pratica há três anos o vôlei sentado e foi convidada para fazer parte da seleção brasileira desta modalidade.

Este ano, ela também recebeu o convite para fazer parte da equipe do clube SESI, considerado o melhor time de vôlei sentado feminino do Brasil. A boa notícia é que os treinos já começaram e, em breve, iremos torcer para essa grande jogadora nas próximas Parolimpíadas.
 
Saiba mais nessa entrevista: 

Como funciona o vôlei sentado?
 
Em 1956, na Holanda, houve a fusão do voleibol convencional e o sitzbal, esporte alemão sem rede, praticado por pessoas com mobilidade limitada, resultando no voleibol sentado. Na modalidade, podem competir amputados, paralisados cerebrais, lesionados na coluna vertebral e pessoas com outros tipos de deficiência locomotora. 

Como começou a sua trajetória dentro do esporte? 

Eu jogo handebol desde os 12 anos de idade, e pratiquei futebol de campo e basquete como hobby durante a adolescência. Mas a minha história com o vôlei sentado começou mesmo há três anos, quando um amigo meu, que praticava a modalidade, virou técnico de um time da AADD. Sempre fui incentivada por ele e um dia decidi tentar. Não foi fácil, mas aos poucos fui me adaptando às jogadas e me apaixonando ainda mais pelo esporte. 

Como você recebeu o convite para integrar a seleção brasileira? 

Eu estava em dúvida se iria ser convidada ou não. A expectativa era grande, mas para minha surpresa, cheguei em casa e a carta de convocação estava lá! Fiquei muito feliz, pois também estou mudando de time, estou saindo da AADD e indo jogar no SESI, que é considerado o melhor time de vôlei feminino do Brasil, e esse convite está me motivando ainda mais a melhorar os meus resultados em quadra.
 


Por ter uma deficiência na mão, as dificuldades de jogar sentada ficam ainda maiores? 

Sim. A maioria das atletas não tem as pernas por terem sofrido algum acidente, mas eu tenho as duas pernas e tenho que me controlar para não usar o reflexo como vantagem em cima das outras meninas durante as partidas. A locomoção também é mais difícil, pois tenho que apoiar meu peso nas mãos. Às vezes me machuco, mas com o tempo esse tipo de atrito fica menos dolorido. 

E como é a sua rotina de treinamentos com os dois times (seleção e SESI)? 

É bem corrida! A cada quinze dias, treinamos com o time da seleção fora de São Paulo e toda segunda, quarta, sexta e sábado treino com o SESI em Suzano. É sacrificante, mas vale a pena todo o esforço! 

O que você mais gosta no vôlei? 

Eu sempre fui muito competitiva, sabe? Partindo desse princípio sempre preferi conquistar meus objetivos e superar meus limites, sem pensar que a minha deficiência pudesse me atrapalhar em algum momento. E acho que é exatamente isso que eu gosto no vôlei: ele me faz acreditar que sou capaz de alcançar as minhas metas sem ter que me preocupar com os obstáculos que podem aparecer em função da minha deficiência. 

Como planeja seu futuro no esporte? 

O vôlei sentado Paralímpico está ganhando reconhecimento agora e, em função disso, as pessoas acabam entrando nessa modalidade um pouco mais tarde, como eu, por exemplo. Por isso, a aposentadoria desses atletas também é um pouco mais tardia, por volta dos 35 anos. Então, enquanto eu tiver saúde e condições de jogar eu vou estar nas quadras. 

Qual é o seu recado para as pessoas que buscam, no esporte, uma saída para a deficiência física ou mental? 

As pessoas devem buscar informações sobre o vôlei sentado, futebol de cego, basquete de cadeira de rodas... existem muitas modalidades que podem ser exploradas! Precisamos testar e superar os nossos limites, sem pensar que a deficiência seja um empecilho para conquistar tudo isso!




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